Quebrando as soldas da cultura argentina. El matadero de Esteban Echeverría e sua reescrita comentada por Emilio García Whebi

Resumo

Segundo Ricardo Piglia, El matadero de Esteban Echeverría é a primeira ficção inaugural da história da violência argentina. Ali o povo está representado naquele espaço bárbaro sob o poder político de Juan Manuel De Rosas (1829-1852). Nesse sentido, Gabo Ferro reconhece o sangue como metáfora essencial que compõe a figura da barbárie. A partir dessas propostas, esta pesquisa se propõe a estudar os deslocamentos que o cenário atual apresenta em relação a esse texto fundador. Estratégias de desvio apresentadas em obras como O Banquete. Abordagens El matadero de Esteban Echeverría (2009), de Germán Maziéres ou Olvídate del Matadero (2022) de Pablo Finamore e Claudio Martínez Bel. Portanto, neste artigo analisaremos El matadero. Un comentario (2009) de Emilio García Whebi. Aqui os personagens vivem juntos em um matadouro onde o sangue vira lama. Esta passagem conota o fim da dicotomia civilização/barbárie e das grandes histórias da civilização ocidental que, em linha com as abordagens filosóficas de Lyotard, prometiam prosperidade às sociedades. Pelo contrário, este trabalho expõe a civilização e a barbárie como entidades que coexistem mal no espaço lamacento de uma Argentina marcada pela tragédia social.